Cobee 2019 – Impressões III Unidade pela eficiência energética

Novas modalidades de negócio estão surgindo no setor elétrico. Por exemplo, é prevista a necessidade de reformulação das tarifas de energia e da regulamentação e aplicação de recursos na implementação das melhorias.

Entre os programas do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), o de tecnologia e inclusão social, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, indica a implementação da iluminação pública com a tecnologia LED. Assim como o ar-condicionado, aquecedores, motores elétricos e instalações industriais, a iluminação das vias públicas é alvo importante dos programas de eficiência energética.

A iluminação LED é 50% mais econômica e chega a mais de 100 mil horas de vida útil contra apenas oito mil em relação à tecnologia da fluorescente. Numa residência com quatro horas de uso diário, uma lâmpada LED pode durar mais de 30 anos; todavia, para alcançar essa eficiência, o material empregado na fabricação do diodo emissor de luz tem alto valor de mercado. Como já abordei em textos no meu blog, esse custo alto se deve à utilização de fio de ouro, elementos terra rara, silicone na sua construção. Contudo, o preço vem reduzindo apesar da cotação do ouro ter aumentado de 2004 a 2019 e de os metais de terra-rara continuarem exigindo alta tecnologia para serem extraídos.

Por isso, perguntamos: Como a queda de preço se tornou possível então? Sacrifício produtivo. O ouro foi substituído por cobre/alumínio e diminuíram a quantidade de elementos terra-rara da camada de fósforo. O LED ficou mais barato, portanto, mas sua duração também foi reduzida e o benefício dessa tecnologia é ser mais barato ao longo do tempo. Quer dizer, seu preço é maior, mas a alta qualidade, eficiência e durabilidade acabam com gastos de manutenção e troca. Você compra uma lâmpada de qualidade uma vez só, enquanto compra 20 da mais barata e no final das contas gastou muito mais ao longo do tempo. É o que chamamos na sabedoria popular “o barato sai caro”.

Observe a tabela abaixo:

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Empresas e associações como Sabesp, Eletrobras e Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) apresentaram, ainda no Cobee 2019, seus programas de eficiência energética e os resultados de economia alcançados por planos de gestão de energia, ações de economia do consumo e potencial de geração por fontes de energia renovável. Para complementar, foram propostos projetos e operações de sistemas eficientes para acompanhar a evolução dos equipamentos, cada vez mais econômicos, produtivos e duráveis.

Esse vislumbre do futuro está efervescendo todos os setores da sociedade brasileira. A indústria, programas governamentais, universidades, entidades, associações se unem em esforço conjunto por uma política de eficiência energética estruturada com metas bem definidas por meio do investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Investem em equipamentos mais eficientes, distribuidoras analisam oportunidades de negócio nesse novo modelo, desenvolvem políticas públicas de incentivo, implantam programas de eficiência energética objetivando envolver toda a sociedade brasileira no sistema de gestão energia cuja base é assentada na sua conservação otimizando o consumo com equipamentos eficientes com fontes energéticas de menor impacto para o meio ambiente de maneira sustentável.

Portanto, foram bons e oportunos os debates no Cobee deste ano. Ficaram muitas “lições de casa” para todos nós – do técnico, empresas, governos aos consumidores.

Mayrah F. Moraes

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